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domingo, 7 de agosto de 2011

VINGANÇA PÓSTUMA


Filinto Müller, o Himmler tupiniquim

Segundo informa a ISTOÉ, por iniciativa da senadora Ana Rita (PT-ES), a Ala Senador Filinto Müller do Senado Federal poderá vir a se chamar Ala Senador Luís Carlos Prestes. Será uma vingança póstuma do líder comunista contra seu subordinado na Coluna e depois seu algoz. Müller foi expulso da Coluna a pedido de Prestes por ter proposto deserção coletiva a seus subordinados. Feito chefe da polícia do Distrito Federal por Getúlio Vargas, transformou a tacanha repressão brasileira numa eficaz máquina de tortura e assassinato que prendeu 20 mil pessoas.

Luís Carlos Prestes

Segundo o repórter David Nasser, no livro Falta alguém em Nuremberg, para montar sua polícia política Filinto Müller recrutou indivíduos da escória do Exército, caracerizados pelo servilismo ao chefe e pela brutalidade contra os presos. Em 1935, após a Rebelião Comunista, Müller chefiou as operações para capturar os revolucionários; os policiais comandados por ele torturaram, por semanas, Arthur e Elise Ewert, agentes da Comintern enviados para o Brasil para promover a revolução, até conseguir chegar a Prestes. Este foi preso em março de 1936. Segundo Fernando Morais, Müller se dedicou à caça do líder comunista também por causa do incidente que levou a sua expulsão da Coluna Prestes. Com Prestes foi presa também sua mulher, a judia alemã Olga Benario, também agente do Comintern, que, mesmo grávida, seria deportada para a Alemanha Nazista, onde morreria no campo de extermínio de Bernburg em 1942.

Em 1937 Filinto Müller visitou Henrich Himmler, chefe da Gestapo, cujos métodos admirava. Há suspeitas de que tenha havido intercâmbio entre as duas polícias - um grande história até hoje não contada, seja por jornalistas ou historiadores.  

Transformado em político, Müller se tornaria um dos próceres da ditadura militar instalada no país em abril de 1964. Até hoje, em seu estado (Mato Grosso), ele é conhecido muito mais pela sua atividade política do pela de chefe da repressão. Foi líder do governo do general Emílio Garrastazu Médici no Senado. Morreu no dia em que completava 73 num acidente aéreo em Paris.

Que o exemplo prospere e não tenhamos mais que nos envergonhar de ter logradouros públicos com o nome de torcionários como Sérgio Fleury, Milton Tavares e Dan Mitrione.  

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