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quinta-feira, 21 de julho de 2011

OS MISTÉRIOS DE RUDOLF HESS

Os restos mortais de Rudolf Hess, um dos principais dignatários do regime nazista, foram retirados hoje do cemitério de Wunsiedel, na Bavária, exumados, queimados e jogados ao mar e seu túmulo foi destruído. A medida, segundo o jornal Süddeustsche Zeitung, foi tomada pelas autoridades para acabar com a peregrinação de neonazistas, que desde 2005 vêm acorrendo ao local todo dia 17 de agosto, aniversário da morte de Hess na prisão de Spandau, em Berlim.


Rudolf Hess
A trajetória de Rudolf Hess foi uma das mais enigmáticas do III Reich. Ele participou do fracassado putsch da cervejaria em Munique, em 1923, e ficou preso com Adolf Hitler. Na prisão de Landsberg, Hess transcreveu e editou o Mein Kampf, livro onde o futuro führer expunha suas ideias políticas. Com a ascensão dos nazistas ao poder, em 1933, Hess chegou a ser o terceiro na hierarquia do III Reich. Em maio de 1941, ele protagonizou um rocambolesco episódio que até hoje está envolto em mistério: voou para a Grã-Bretanha num Messerschmitt Bf-110 e saltou de paraquedas na Escócia. Uma das versões é de que Hess pretendia se encontrar o duque de Hamilton, a quem entregaria uma proposta de acordo pelo qual a Alemanha teria as mãos livres na Europa em troca de não mexer com o império britânico. O episódio ocorreu um mês antes de Hitler invadir a União Soviética na Operação Barbarossa. Hess foi preso e enviado à Torre de Londres. Na Alemanha, divulgou-se a versão de que ele “enlouquecera”. Em 1946, Hess foi condenado à prisão perpétua pelo Tribunal de Nuremberg. Mas, ao contrário de Albert Speer, Rudolf Hess não renegou seu credo nazista, mesmo depois de esse regime ter custado a aniquilação da Alemanha. Talvez por isso os neonazistas prestassem tantas homenagens a ele.

Os restos do Messerschmitt Bf-110 de Hess na Escócia
 O episódio da Inglaterra gerou inúmeras teorias conspiratórias. Uma das mais famosas diz que Hess foi vítima de uma armadilha montada pelo MI-6 (serviço de inteligência britânico), que teria interceptado a correspondência entre Hess e o duque de Hamilton. Os agentes então escreveram a Hess como se fossem o duque e Hitler, estimulado, teria mandado seu pupilo à Inglaterra com a proposta de que a Alemanha sairia da Europa ocidental em troca de ter as mãos livres para ocupar o leste europeu e a União Soviética. Outra versão, mais recente, diz que o MI-6 armou um complô para fazer Hess acreditar que alguns membros da família real, como o duque de Kent, conspiravam para depor Churchill.

A verdade, porém, só será conhecida em 2016, quando os últimos documentos oficiais secretos sobre o episódio forem liberados.

Rudolf Hess em Spandau
Rudolf Hess morreu em 1987 aos 93 anos na prisão de Spandau, onde ele era o único prisioneiro. Sobre sua morte também não existe consenso e as teorias conspiratórias correm solto. A versão oficial é de ele se suicidou por enforcamento. Mas há outra, a de que Hess teria sido assassinado por agentes britânicos. Esta versão sustenta que Hess estava tão debilitado que não teria conseguido se enforcar e que agentes do MI-6 infiltrados na prisão o teriam estrangulado para evitar que, uma vez em liberdade, pudesse revelar segredos embaraçosos para o governo britânico. Uma terceira versão sustenta que o homem julgado em Nuremberg em 1946 e mantido em Spandau por 40 anos não era Hess, mas um sósia. O argumento é que a autópsia de Hess não revelou a cicatriz de uma ferida que uma bala provocara em seu pulmão esquerdo durante a I Guerra Mundial. O verdadeiro Hess teria sido executado logo após sua captura. Um simples teste de DNA poderia esclarer essa dúvida, mas agora que queimaram o corpo...

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