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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

ALTIVEZ BRASILEIRA

Despachos diplomáticos vazados pelo WikiLeaks revelam que em 2005 o governo americano pediu ao governo brasileiro a cabeça do general Augusto Heleno Ribeiro Pereira do comando da Minustah, a força de paz da ONU que atua no Haiti sob a liderança do Brasil. O motivo é que Washington queria que os brasileiros aumentassem o grau de violência contra rebeldes e gangues haitianas em Porto Príncipe. A pressão incluía a ameaça americana de enviar tropas caso o Brasil não se mostrasse "mais firme" na repressão às gangues. "O resultado de ações desse tipo em uma área miserável, superpovoada, com milhares de  crianças e mulheres pelas ruas, era imprevisível. Por isso, eu jamais cedi", declarou o general Heleno à Folha de S. Paulo. O ex-comandante da Minustah também deixou claro que recebeu apoio incondicional do Itamaraty, do Ministério da Defesa e do Exército. 
Perguntinha que não quer calar: alguém imagina que o Brasil teria postura tão altiva se o ocupante do Palácio do Planalto fosse Fernando Henrique Cardoso, cujo governo fazia de tudo para agradar Tio Sam, a ponto de um chanceler brasileiro ter se sujeitado a tirar os sapatos para entrar nos States? Perguntinha que não quer calar II: o que diriam os críticos da política externa de Lula, estes à esquerda, que classificaram a participação do Brasil na Minustah como atitude de subserviência aos interesses americanos?   

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