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terça-feira, 11 de maio de 2010

O PAI DO REALISMO NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS

"Diz-se que, ao saber da morte do cardeal Richelieu, o papa Urbano VIII comentou: 'Se existe um Deus, o cardeal Richelieu terá muitas contas a prestar. Se não... bem, sua vida terá sido uma vitória'. O epitáfio ambíguo alegraria, sem dúvida, o estadista que logrou grandes sucessos ao ignorar, aliás, transcender, as devoções essenciais de sua época.
Poucos estadistas podem reivindicar maior impacto sobre a história. Richelieu foi o pai do moderno sistema de Estados. Ele criou o conceito de raison d'etat e o praticou inflexivelmente em favor de seu país. Sob seu patrocínio, a raison d'etat substituiu o conceito medieval de valores morais universais como princípio funcional da política francesa. De início, ele queria impedir a dominação dos Habsburgos sobre a Europa, mas ao final deixou um legado que por dois séculos provocou seus sucessores a tentarem firmar a primazia francesa sobre a Europa. Do fracasso dessas tentativas, brotou o equilíbrio do poder, primeiro como um fato da vida, depois como forma de organizar as relações internacionais"
(Henry A. Kissinger, Diplomacia)

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